Recomendação de leitura: As últimas testemunhas - cem histórias sem infância


Svetlana Aleksiévitch é uma ucraniana, nascida em 1948, que ganhou o prêmio Nobel de literatura de 2015, por trazer sob uma nova ótica os relatos sobre a Segunda Guerra Mundial.

Seu projeto “Vozes da Utopia” é composto por cinco livros que trazem relatos dos que foram esquecidos pela história: “Vozes de Chernobyl”, “A Guerra não tem rosto de mulher”, “O fim do homem soviético”, “Rapazes de Zinco” e “As últimas testemunhas”.
Neste último, lançado em 2017, Svetlana utilizou cem relatos de pessoas, hoje adultas, mas que eram crianças quando a Alemanha Nazista invadiu a Rússia.

As lembranças infantis que acompanhamos durante a leitura do livro é chocante, nos fazendo refletir sobre as nossas aflições do dia a dia, infância, ao que essas pessoas sobreviveram e as marcas que levam consigo até hoje.

Apesar do pesar e da tristeza de alguns relatos, nos emocionamos também com o quanto as pessoas podem ser boas e o como ainda existe esperança mesmo nos tempos mais sombrios.

O livro traz um olhar diferente sobre o que aconteceu naquela época por ser contado por pessoas que nem sempre eram judias, mas que mesmo assim foram para o campo de concentração ou viram suas famílias serem fuziladas.

Garotos e garotas que amadureceram antes da idade que consideramos como correta, que não conheciam o que eram doces, nem brinquedos e, nem o que significava, muitas vezes, “pai” e “mãe” e familia.

A versão brasileira do livro está chegando nos próximos meses nas livrarias, no entanto, já foi lançado pelo “TAG – Experiências Literárias” para os seus assinantes, que o receberam em Julho de 2018.
O livro importado, publicado pela Editora Elsinore, possui o Português de Portugal, mas já pode ser encontrado nas livrarias para os que ficaram interessados.

Rosário Câmara

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