Fique comigo – Ayòbámi Adébáyò
(Por Rosario Câmara)
Conhecer uma nova cultura é
sempre estimulante. Conhecer uma nova cultura por meio de uma história é mais
legal ainda. Por isso, o livro da nigeriana, Ayòbámi Adébáyò, é especialmente
tocante ao nos mostrar um pouco de sua cultura. Ele conta a história de Yejide
e Akin, dois jovens que se conheceram na universidade e se apaixonaram.Vivendo
entre dois mundos, o da cultura ancestral e as novidades trazidas pelos estudos
universitários, eles começam a construir uma vida nadando contra a maré, em uma
sociedade poligâmica, eles decidem viver um casamento monogâmico. No entanto,
contratempos aparecem e esta é a trama central da história, quando Yejide não
consegue engravidar. A pressão da família de Akin sobre o casal
para que eles consigam uma segunda esposa começa a ser demais, suscitando
frases como a seguinte: “As mulheres fabricam crianças, e se você não consegue
fazer isso então não passa de um homem. Ninguém deveria chamá-la de mulher”
(p.47). Hoje em dia, em nossa cultura, não ter filhos, porque não pode ou
porque não quer, não é motivo para que o marido consiga outra esposa, mas em
meio ao misticismo da cultura ancestral nigeriana e a pressão familiar, Akin e
Yejide se veem compelidos a buscar qualquer outra forma possível para que uma
criança venha até o seu lar. Pouco a pouco, a relação do casal vai sendo
afetada: medos, desconfianças e desentendimentos vão se desenrolando e vamos
acompanhando essa comovente história, que se passa no início dos anos 1980 até
os anos 2000 e por isso não está tão longe assim de nossa realidade atual.
#ficaadica
*ADEBAYO, A; Fique comigo.
1ª Ed. –Rio de Janeiro: Harper Collins,2018, 256 p.
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